segunda-feira, 21 de março de 2011

Estações musicais

Enchi a caneca de café forte com pouco açucar, meio amargo por sinal, nunca acerto no ponto, mas era até agradavél, esquentei o pão velho do dia anterior na chapa passei o requeijão e acrecentei o presunto mesmo que quase vencido. Na terceira mordida começou a tocar uma música me faz ter recordações boas, ruins, não sei dizer. Recordações que deixaram saudades, que embrulham o estomago, aperta o peito e da até uma dorsinha de cabeça por forçar tanto a memória, ou melhor, por tanto deixar fluir.Informação atrás de informação. Uma saudade meio amarga como o café que ali eu tomava. Uma nostalgia fria cheia de lembranças embrulhadas em uma só caixinha com imagens em preto e branco, sem vida, sem cor, por não poder ser vivida novamente. O computador resolve interromper a música por sua falta de processamento, me irrito, mas é só socar o monitor que a música volta a tocar. A raiva da semana sempre se esvai nesses socos diários. Involuntariamente volto a lembrar. A música acaba, passa pra próxima. Agora tocava aquela que todos os dias faz parte do seu repertório, aquela com um rítimo gostoso que da vontade de dançar e voar, sentir a brisa passar. Sem ver, já estou dançando pelo o meu quarto rindo e fazendo palhaçadas quando a música muda novamente, toca um rock'n'roll dos bons, continuo dançando só que dessa vez imitanto os famosos rokeiros de frente para o espelho, fazendo caretas, junto daqueles movimentos disterrados com a cabeça para baixo e para cima, tocando todos os intrumentos imaginários possiveis que contém em uma banda de rock e construído um microfone com as mãos,  imaginado ser por exemplo Janis Joplin, o que é impossivel, mas me achava ser.O sol já estava quase indo embora e a chegada da lua se aproximava, hoje era lua minguante, e eu esperava ansiosa por ela. Selecionei outras músicas no Windows Midia Player e botei pra tocar sem pestanejar.
Dessa vez era Sigur Rós, deitei na minha cama, cançada de dançar, respirei e fui longe. Muito longe, andei por cada corda do violão, sem medo de cair, voei e pousei delicadamente em cada instrumento, sorri a cada novo tom, a cada ré sustenido, e si bemol dei um suspiro e a música acabou, estava quase que anestesiada de boas vibrações estava quase que ainda sem chão.
No céu havia apenas um aceno leve de despedida do sol, dava para ver da minha janela, um passáro passou e uma estrela brilhou, as folhas das arvores chaqualharam e dançaram sicronizadamente no leve silencio músical.
Mas a música recomeçara.Não queria ouvi-la, e por ter tal vontade, fiquei, e escutei até o fim, parecia que agradava-me a tristesa. A música era daquelas que nos lembra do que poderia ter sido e não foi. E que faz embrulhar o estomago, na ansia de vasculhar nossa mente e encontrar um motivo qualquer. Tenho desses momentos loucos, como qualquer um imagino. Com um longo suspito a música acaba e começara a tocar Novos Baianos, em seguida, Chico e Supercordas, até que minha mente adormeceu em pensamentos lúcidos e por inteiro. Estava dormindo.
Acordei com o dispertador, 5:35 da manhã, tocando Graveola. Era hora de ir pra escola.




Júlia Rena

2 comentários:

  1. Querida Júlia,
    Lendo seus Posts vi o brotar de uma grande escritora!
    Você está de Parabéns!
    Gostaria de aproveitar para convidá-la para me ajudar a escrever o blog da minha loja! Vamos marcar uma reunião para combinarmos os temas. Será com direito a cachê viu?
    Um beijo e continue assim tão inspirada!
    Tia Patrícia

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  2. Oi tia!
    Muito obrigada!
    É claro que ajudo! E que isso, de jeito nenhum, não precisa de cachê!
    Vai ser uma honra ajudar a escrever o blog da sua loja!

    Bejo, e um abraço grande!

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