terça-feira, 12 de abril de 2011
Partícula de gota?
Abri os olhos e vi pela pequena fresta quase que imperceptível da janela do meu quarto uma luz de sol, a tal claridade que incomodara meu sono fazendo minhas pálpebras tremerem até que se abrissem e enxergassem um novo dia.
Abri a janela e logo levei a mão direita em direção aos olhos quase que ofuscados por tanta luz na intenção de me esconder do sol, reflexos azuis do céu foi tudo o que vi, cambaleando fui ao banheiro lavar o rosto, a água passou por meus olhos refrescando minha visão e então pude ver, que hoje teria praia.
O sol queimava e ardia, a brisa batia uma vez ou outra dando aos meus cabelos um toque de areia salgada com rebeldia, meus pés se mexiam como se estivessem rindo das cocegas que a água fazia nas pontas dos dedos, uma sensação de arrepios se espalhava por meu corpo, tirei então meu leve vestido de praia e fui me lançar ao mar, sem pensar qual seria a temperetatura imediata, sem pensar no antes, ou no depois.
Apenas sabia que o oceano me acolheria com suas águas imensamente infinitas, e que eu poderia nunca mais voltar. Descobri que seria peixe, e que queria também ser mar. Seria uma gota talvez, ou simplesmente uma partícula dela. Fazer parte das ondas, e ir sem saber para onde.
Mergulhei e transformei-me em mar.
Júlia Rena
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