segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"Brincando de ser e estar"

Brincando de desenhar com as cores um pássaro pintou,
Estrada de manteiga escorregou,
untando a forma, fazendo farinha,
No céu gergelim de gotas estreladas e um sorriso meia lua, imeia.
Um esvoaçante pé dançante, que não parava de mover, para lá, e para cá.
Um coração pulsante que bem dizendo, queria amar.
Mãos para o alto, prateleiras ao alcance.
Porém, minha vida ali de baixo não queria ser morna, abandonada em prateleiras.

Brincando de desenhar, um pássaro a voar se pintou,
Estradas de caminhos se formou,
esquentando a farinha, mastigando o pão,
No céu gotas de água salgada e nuvens carregadas com um arco íris no papel.
Um pé pisante, dançante, sapateado ou balé.
Um coração pulsante que bem dizendo, era tudo e nada.
Mão para o alto, prateleiras ao alcance.
Olhos sorridentes, uma curva formava com a cova relativamente estreita de meus olhos juntamente ao mundo que gira, que gira, girou.

Júlia Rena

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Parto-me



Cresce um mundo na medida em que meus olhos anseiam ver.
Nasce um ser na medida em que vem esse querer.
Parto;
Para longe, deixando ou levando um pouco de mim.

O parto ocorre.

Open your eyes - Escuto vozes.


Tenho medo,
é tudo estranho
tenho lágrimas nos olhos,
e gritos de recem chegada na garganta,
desconfio,

mas logo me asseguro nos braços da maternidade que me acaricia e me acolhe com amor, disponibilizando leite como fonte de alimento e colo como longa moradia. E essa segurança me traz tal confiança que me faz querer ir. Com seus sábios ensinamentos, ensina-me a viver. Fortalecendo e desafiando minhas pernas para que eu possa enfim andar e meus braços para que um dia eu possa trabalhar e construir os meus propios abrigos. E o desejo aumenta no ritmo do meu coração, na medida em que ele pulsa me trazendo vida. E assim serei, filhote do mundo, em constante aprendizagem, ate que um dia tudo acabe dentro de nos.

 

Open your eyes! Can you see? - O mundo sopra em meus ouvidos.

Júlia Rena

Disfarces (?)

Não sei, mas o tempo me parece inquieto e este hálito ruim refresca-me a mente,
e o que e palpável quase não me aquece mais.
Brilho os dentes, e rasgo os lábios, o tempo é seco.
Brilho os olhos, que umidece a face,  que expõe os traços.
Paladar, tato, visão e olfato, sentidos disfarçados.
Coração pulssante, sinto minha veia.




Júlia Rena