sexta-feira, 4 de março de 2011

Desnecessário compreensão

Na tentativa de escrever algo diferente, me encontro procurando por inspirações que não conspiram a meu favor.Talvez por procurar em lugares errados.. Ou será por pura inconstância? Por cegueira seria? Ou será que nem existem? e eu simplesmente recuso a realidade fechando meus olhos contra a claridade, procurando no escuro a verdade, ou a mentira?
 Nada disso talvez! Sinto que minhas ideias são irrelevantes. 
Queria apenas inspirações mais doces para minhas palavras.
Elas me traem, e nem assim sentem remorso, ou coisa qualquer.
Continuam a me dizer o que fazer, o que escrever, o que pensar.
Hoje eu queria viver sem elas.
E novamente as palavras me tapeariam, me fazendo escrever.
Farejo tudo dentro de mim, e encontro a vontade de dizer sobre isso.
Menos da metade do que sinto. Pra ser sincera, nada da metade do que sinto.
O que sinto é um campo de amplitude intangível, o que o torna indefinível.
A inspiração não é algo que requer muito esforço para entendê-la.
Basta fechar os olhos, respirar como lhe convêm, e deixar ouvir o silêncio.
É nesse silêncio que encontro a solidão de estar comigo mesma.
Falamos da solidão como algo ruim.
Mas agora, todas as vezes que reencontro com ela, sinto-a se instalar avontade como um velho conhecido.
E a inspiração? Não quero mais procura-la. Deixarei que fique livre.
Poderá me visitar quando quiser, acolherei como uma boa anfitriã.
Lembrando pessoa, que digo isso hoje, outrora dizia outras ideias, mas posso dizer o oposto amanhã.
Aliás, sou humana e tenho inconstâncias, como todos.
E são nesses momentos de inconstâncias que consigo ver o real sentido das coisas, são nesses momentos que vivo o que chamo de felicidade.

Nada que não seja mutável, eu diria.


Júlia Rena

Nenhum comentário:

Postar um comentário