sábado, 12 de março de 2011

Inércia

Faz um tempo que não consigo escreve coisas bonitas. Ou coisas que não sejam intediantes e superficiais.
É porque não consigo escrever pela metade, não consigo forçar a vontade e nem voar com os pés no chão.
Pouso em meu corpo e lá fico, a inércia se aplica a mim. Não existe energia cinética nem energia potencial que me envolva, e nem movimento retilínio uniforme. Apenas eu e a minha vontade inexistente de se mover.
A solidão me envolve e então minha alma chora. Não por desalento de viver, mas por necessidade. Precisão de descarrego. Necessidade de sentir-se por inteira.  Necessidade apenas de deixar fluir, deixar viver. Crer na humanidade. Crer que as pessoas choram por medo, por inconstâncias, por desespero, por o que for, crer na felicidade, na harmonia e na aprendizagem.
Crer que apesar de tudo, somos humanos.
Fazer de conta que é normal, e que está tudo bem. Fazer de conta que o tempo fazerá tudo por mim.
Fazer de conta que "eu não choro por dentro".

Júlia Rena

"Fique de vez enquanto só, ou então será submergido." - Clarice Lispector

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